Resenha - O melhor de mim

O melhor de mim

Nicholas Sparks

Editora Arqueiro

270 páginas

Na primavera de 1984, os estudantes Amanda Collier e Dawson Cole se apaixonaram perdidamente. Embora vivessem em mundos muito diferentes, o amor que sentiam um pelo outro parecia forte o bastante para desafiar todas as convenções de Oriental, a pequena cidade em que moravam.

Nascido em uma família de criminosos, o solitário Dawson acreditava que seu sentimento por Amanda lhe daria a força necessária para fugir do destino sombrio que parecia traçado para ele. Ela, uma garota bonita e de família tradicional, que sonhava entrar para uma universidade de renome, via no namorado um porto seguro para toda a sua paixão e seu espírito livre. Infelizmente, quando o verão do último ano de escola chegou ao fim, a realidade os separou de maneira cruel e implacável.

Vinte e cinco anos depois, eles estão de volta a Oriental para o velório de Tuck Hostetler, o homem que um dia abrigou Dawson, acobertou o namoro do casal e acabou se tornando o melhor amigo dos dois.

Amanda está casada há mais de 20 anos, teve quatro ­filhos, desistiu da pro­fissão que sonhara ter e enfrenta graves problemas no relacionamento com o marido, um dentista que vem se entregando a doses cada vez maiores de álcool desde que a terceira ­filha do casal morreu, vítima de câncer.

Após causar um acidente e ­ficar quatro anos preso, Dawson passa a trabalhar em uma plataforma de petróleo. Quando não está embarcado, vive em uma casinha simples e isolada, onde lê, cuida das tarefas domésticas e restaura seu Mustang 1969. Desde que terminou com Amanda, nunca mais se apaixonou.

Seguindo as instruções de cartas deixadas por Tuck, o casal redescobrirá sentimentos sufocados há décadas. Após tanto tempo afastados, Amanda e Dawson irão perceber que não tiveram a vida que esperavam e que nunca conseguiram esquecer o primeiro amor. Um único fim de semana juntos e talvez seus destinos mudem para sempre.

Eles, que romperam o relacionamento apesar de se amarem muito, irão perceber que já não são as mesmas pessoas da juventude. Porém essa descoberta, em vez de afastá-los, reforçará o amor que jamais deixaram de nutrir um pelo outro. Mas como permitir que esse sentimento aflore, sem destruir a família de Amanda? Será que um amor verdadeiro pode reescrever o passado?

Num romance envolvente, Nicholas Sparks mostra toda a sua habilidade de contador de histórias e reafirma que o amor é a força mais poderosa do Universo - e que, quando duas pessoas se amam, nem a distância nem o tempo podem separá-las. 

Antes de começar a falar sobre o livro, aviso que a história não é para aqueles que não gostam de dramas e lágrimas. Nicholas Sparks consegue conduzir o leitor à emoção com sua narrativa, e tem como principal característica levar o leitor às lágrimas com suas histórias. Confesso que assim que li as primeiras páginas, eu já imaginei como seria o final, então não criei ilusões românticas com o casal principal. Mesmo já imaginando como tudo acabaria não pude deixar de me emocionar, e em vários momentos, precisei dar uma pausa para refletir sobre a história, e não consegui prever o desenrolar da história, o que foi uma grata surpresa.

Oriental era apenas uma pequena cidade, onde cada morador sabia da vida do outro. Tinha suas próprias regras, assim como tinha suas famílias modelos e famílias problemas. A família Cole era sinônimo de problema. Todos os membros eram agressivos e tinham passagem pela policia, o que amedrontava os moradores. Mas um de seus membros, não queria seguir os mesmos passos da família.

Dawson Cole era um homem marcado pelo passado. Desde pequeno, foi espancado e maltratado pelo pai e primos, e a sociedade ignorava esses maus tratos por temer a família Cole. Desde pequeno, procurou através de exercícios físicos se fortalecer para aguentar as surras que levava pai e dos primos. Quando não agüentou, fugiu e se refugiou na casa do viúvo Tuck Hostetler. Amanda Collier era uma mulher que teve o privilégio de ter tudo na vida, mas não conseguia se sentir “livre”. Obrigada a seguir as regras da sociedade de Oriental, desafia a própria família quando se envolve emocionalmente com Dawson. Mas o destino nem sempre colabora, e o casal se separa devido à pressão e preconceito da sociedade.

Agora, Dawson sofre pela culpa de um acidente no passado, e a sua consciência não o deixa em paz. Sozinho desde o rompimento do relacionamento com Amanda, Dawson não se sente atraído por nenhuma outra mulher. Mesmo após tantos anos, é fiel ao sentimento que sempre teve pelo seu primeiro amor. Amanda, agora casada, passar por uma crise no casamento que não consegue resolver. Sofre pela morte prematura da filha, ao mesmo tempo em que tenta administrar os próprios problemas conjugais com o marido alcoólatra e a vida dos filhos.

Amanda e Dawson são duas pessoas presas ao passado. O relacionamento deles não teve um fim, e de certa forma, sempre se perguntaram o que teria sido suas vidas se eles tivessem enfrentado a todos e ficassem juntos. Mesmo com um encontro inesperado, o casal volta a sentir os mesmo sentimentos da adolescência, após tantos anos. Interessante como Nicholas Sparks conduz o questionamento “E se...” entre o casal, fazendo com que eles se questionem se finalmente o destino está colaborando, e eles ficaram juntos.

Conforme eu lia a história, fiquei me perguntando o porque Nicholas Sparks faz isso com o leitor. O porque ele dá tantas esperanças para gente, a ponto que a nossa alma apaixonada crie um final romântico para casal. Mas aos poucos, fui percebendo que o principal da história dele não é o romance, mas sim todas as emoções dos personagens. As descrições dos problemas dos personagens fazem com que eles se tornem reais, onde são descritos com clarezas todos os traumas, medos, insegurança, atitudes, culpa, nos levando a viver e sentir todos os dramas dos personagens.

Percebemos o quanto não nos libertamos do passado, e ficamos presos a decisões e ações que não eram certas. A página não vira, a vida não anda, e ficamos a andar em círculos até conseguirmos resolver o que deixamos pendente.

Dawson se sentia culpado, e deixou de querer sentir alguma felicidade na vida devido ao peso da culpa. Amanda não se sentia livre, e por mais que quisesse mudar sua vida, não conseguia tomar uma atitude diferente. O encontro do casal faz com que os dois voltem a sentir algo, e se questionam das decisões tomadas. Um fim de semana foi o suficiente para mudar completamente a vida do casal e de todos os envolvidos.

Mesmo com todos os meus sonhos românticos, eu não consegui torcer pelo casal. E antes que digam que sou uma pessoa insensível, quando você começa a conhecer a história, percebe que aquele momento que eles estão vivendo é uma conclusão para o que aconteceu no passado e um recomeço para um futuro melhor.

Como disse anteriormente, em vários momentos fiquei emocionada. Nicholas Sparks conduz a história de tal forma que o enredo se conclui aos poucos, sem pressa, o que deixa o leitor ansioso para saber como será conduzido o final de história. Você quer conhecer quais são os elementos que serão introduzidos na história, e como será a conclusão para todos. Durante a narrativa, são apresentados outros personagens que aos poucos se interligam, nos conduzindo ao desfecho da história.

Sobre a revisão do livro, não tenho o que reclamar do trabalho da Editora, que mostra com seriedade e dedicação o quanto respeita seu público consumidor, com obras de excelentes qualidades.

Leitura fluida, com uma carga emocional sem igual, prepare-se para emoções com esse livro. Com certeza, você vai se emocionar em vários trechos. Recomendo uns lencinhos durante a leitura (risos).

Boa leitura!