[Resenha] Um Acordo e Nada Mais

Um Acordo e Nada Mais

Clube dos Sobreviventes – vol. 02

Mary Balogh

Editora Arqueiro

304 páginas

Um Acordo e Nada Mais escrito por Mary Balogh é o segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, onde cada volume traz o romance de um integrante desse grupo que foi ferido fisicamente e psicologicamente, que tentam se recuperar.

Esse segundo volume traz uma história intensa, emocionante, cativante, deliciosa, que mostra como o amor pode surgir dentro de uma amizade e de companheirismo. Que mesmo diante das situações mais adversas da vida, um lindo sentimento pode surgir e pode durar por uma vida inteira.

A autora é conhecida pela publicação da série Os Bedwyns, onde eu acompanhei avidamente cada romance publicado aqui no Brasil. Fiquei apaixonada pela narrativa e personagens de cada um dos volumes e estava muito curiosa para essa série. A Editora Arqueiro já divulgou a capa dos três primeiros livros da série, e estou muito ansiosa para acompanhar cada um dos romances. Vamos conhecer um pouco mais de George, Flavian, Ben, Vincent, Ralph e Imogen, todos são membros do clube, personagens sofridos, com sequelas emocionais ou físicas. Aquele típico personagem que adoramos encontrar nos romances, que suspiramos quando eles se sentem apaixonados, ficamos felizes quando conseguem superar a dificuldade ou drama que estão vivendo.

E nesse volume, além de acompanhar o romance belo e fofo, ainda podemos acompanhar como vive Vincent, que tem deficiência visual devido um acidente ocorrido em batalha.

"Embora Vincent, o visconde Darleigh, tenha ficado cego no campo de batalha, está farto da interferência da mãe e das irmãs em sua vida. Como o único filho homem da família, sempre foi protegido e paparicado, ainda mais após o ocorrido em campo. E quando elas o pressionam a se casar, ele foge para o campo com a ajuda de seu criado. No entanto, logo se vê vítima de outra armadilha conjugal. Por sorte, é salvo por uma jovem desconhecida. 

Quando a Srta. Sophia Fry intervém em nome dele e é expulsa de casa pelos tios sem um tostão para viver, Vincent é obrigado a agir. Ele pode estar cego, mas consegue ver uma solução para os dois problemas: casamento. Ela o ajudou sem conhecê-lo e agora precisa de ajuda, e como ele precisa se casar, vê nessa união a solução que os dois precisam para conquistarem a tão sonhada liberdade.

Aos poucos, a amizade e o companheirismo dos dois dão lugar a uma doce sedução, e o que era apenas um acordo frio se transforma em um fogo capaz de consumi-los."

Desde que Vincent foi apresentado no primeiro volume, eu estava ansiosa para acompanhar esse romance e saber como seria os acontecimentos, assim como ele vive com a sua deficiência. E a autora traz que mesmo já adaptado com tudo o que lhe ocorreu, ele ainda tem ataque de pânico por perceber que está sem a visão. Diante do trauma, é muito complicado voltar a normalidade e procurar uma maneira de sorrir, e Vincent nunca desiste disso.

Sophia nunca teve alguém que a amasse, e depois da morte do pai, vive através da caridade dos parentes. Seu sonho é poder viver sozinha, sem depender de ninguém. Como sempre viveu afastada de todos, traz uma personalidade tímida (que ela mesma se apelidou de ratinha, aquele ser inferior que vive escondido nos cantos, observando tudo o que aconteceu ao redor sem interferir), mas quando nota que é hora de mudar e que quer fazer feliz o homem que a salvou, ela luta com unhas e dentes para conquistar isso. E uma das maneiras que ela encontra de demonstrar seu sentimento, é adaptando o ambiente em que se encontram para trazer mais liberdade para Vincent.

Sophia e Vincent são de mundos diferentes, ele é um aristocrata que está tentando se libertar do excesso de carinho da família querendo viver a vida mesmo diante da deficiência; ela vive uma vida solitária e de migalhas, sonha em algum dia ser amada, e caso isso não ocorra, poder viver sozinha sem depender de ninguém. Mas quando se conhecem, notam que a diferença de um, é o que precisava para se completarem, e que juntos, podem viver tudo aquilo que sonharam.

E como o casamento entre eles aconteceu de forma desesperada, o romance é tenro, suave e acontece de forma gradativa, através do convívio diário entre eles. Vale a pena acompanhar cada momento entre eles e ver uma amizade se transformar em amor.

Confesso que fiquei muito curiosa para conhecer a história de cada um dos integrantes do clube, pois mesmo notando que cada um carrega a marca do sofrimento do passado, eles procuram manter o bom humor e a amizade que conquistaram. E a história não é triste, mas sim leve, fluida, esperançosa, deixa aquele gostinho de quero mais, aquele sentimento bom e gostoso que sentimos depois de ler um bom livro.

A narrativa da autora é muito envolvente, fluida, e é prazeroso acompanhar o amor que surge entre casal. Vincent quer proporcional a proteção que Sophia precisa, e ela quer dar a liberdade que ele tanto deseja diante da deficiência. É uma trama leve e emocionante, que traz um casal que sofre com passado e a solidão e que percebem no cotidiano do casamento, o quanto se completam. E mesmo diante de todas as diferenças, se rendem ao sentimento que se desabrocha e se transforma entre eles.

Nota: