Resenha - A Bussola do Peregrino

A Bussola do Peregrino

Pedro Terrón

Primavera Editorial

438 páginas

O rastro das joias kalixtinianas une Runy e Dámeris, os protagonistas, em um apaixonante projeto arqueológico de futuro incerto. Se no presente ambos enfrentam outro perigo – eles mesmos – no passado, o drama é ainda maior: revivem uma dura experiência tão comovente quanto épica.

O Universo continua envolvendo os destinos de Dámeris e Runy com novos e apaixonantes desafios: buscar a quarta estrela, localizar uma antiga escultura idêntica à Dama de Elche e... evitar o amor. Três provas difíceis de vencer levando-se em conta que vão trabalhar juntos percorrendo os locais mais belos de Ibiza.

No passado, Runy é Kasim, um orgulhoso príncipe filho de um rei no Sri Lanka, que pretende fazer justiça com as próprias mãos. Sem ouvir os conselhos sábios do pai, trilhará as obscuras profundezas da vingança para cometer um erro imperdoável do qual se arrependerá por toda a vida.

Esta é uma novela intensa, dura, sensível, na qual o leitor verá cenas vivas que vão desde a força da luz à mais absoluta escuridão.

Luzes e sombras se escondem atrás de um misterioso objeto: a Bússola do Peregrino.

Neste terceiro volume, temos novamente Runy como personagem principal, e a historia se passa meses depois do término do segundo volume, A Chave do Amanhecer.

Runy não está no melhor momento da sua vida, se encontra em uma crise financeira, e com problemas conjugais. Com tantos problemas na cabeça, Runy ainda sente falta da sua alma gêmea, Dámeris.

Mas o Universo conspira para o encontro destas almas gêmeas, e com um projeto arqueológico para encontrar uma antiga escultura idêntica a Dama de Elche, Runy e Dámeris voltam a se encontrar. E como era de se esperar, a paixão é imediata. Mas cada um deles está comprometido com outra pessoa, como eles poderiam jogar tudo para alto e viver esse amor? 

Será o destino de duas almas gêmeas passarem a vida juntos? Sem se importarem com quem se machucará no caminho?

Esta foi a pergunta que fiquei me fazendo enquanto lia o livro. Por mais que a minha alma romântica adorasse ver os dois juntos, o quanto se combinavam, não podia esquecer as outras pessoas que estavam envolvidas, com a esposa de Runy e o noivo de Dámeris.  

Neste volume, não temos um vilão de carne e osso, que trama para destruir nossos heróis. O vilão é diferente: são eles mesmos, Runy e Dámeris. Eles são os próprios algozes. Mesmo com toda a paixão, o casal começa a se desentender. Será que vencerão as dificuldades que conseguirão ficar juntos no final?

A busca pelas estrelas continua, e conhecemos mais uma vida passada de Runy, quando ele era Kasim, um príncipe de um reinado de Sri Lanka. Nesta vida, o encontro com sua alma gêmea Belina (Dámeris) é comovente. Mesmo sendo almas gêmeas, muitas vezes o destino pode ser cruel.

Você irá rir, ficar sem fala, vai chorar, gritar... Amará todos os personagens, começará julgar suas atitudes, mas depois mudará de idéia quando conhecer o que passa no coração de cada um. 

Você irá admirar o autor por criar três histórias marcantes, cada uma contando uma vida passada diferente, detalhando tão bem a personalidade de cada personagens, misturando ficção com fatos históricos.

Como toda romântica de carteirinha, torcia por outro final. Mas as circunstâncias foram outras, levando os personagens para caminhos diferentes. Mas não me preocupei com isso, a história é maravilhosa, e tudo o que ela me fez sentir, anulou qualquer frustação que possa ter aparecido.

“—Minha pátria está onde estão seus olhos e não preciso de outro reino além da sua pele.” 

Aguardo ansiosamente que Pedro Terrón escreva mais livros sobre Kalixti, Runy e Dámeris, a história tem muito a render.

Boa Leitura!