Resenha - Morte entre Poetas

Morte entre Poetas

Ángela Valley

Primavera Editorial

311 páginas

O que deveria ser apenas um encontro entre prestigiosos membros da literatura nacional, converte-se em algo perturbador, ao ser assassinado com uma punhalada no coração um dos poetas participantes. Nacho Arán, poeta e meteorologista, chega ao local pouco depois de perpetrado o crime. Livre de suspeitas, Nacho dedica-se a investigar os outros participantes. Logo descobrirá que quase todos eles têm algo contra o morto e perceberá que o requinte intelectual e a suposta sofisticação da cultura não servem como vacina contra o mal e as paixões violentas, contra o ódio e o desejo de vingança...

Ágil e sutil, mas profunda, brilhante e divertida, Morte entre Poetas é um autêntico sucesso de narrativa, que deslumbrará os leitores. Uma história deliciosa que presta uma homenagem aos antigos romances de Agatha Christie e às guerras literárias de Pío Baroja.

Nacho Arán, é um poeta, que ganha a vida trabalhando como meteorologista, e tem como hobby um clube de investigação na internet. O que começou apenas para passar o tempo, acabou se transformando em um site prestigiado, sendo requisitado para desvendar alguns mistérios. 

Nacho criou o site “Clube Baskerville” em uma tarde que estava sem dinheiro no bolso para viajar, e queria algo para passar o tempo, antes de que se afundasse no tédio. Com a ajuda da tia solteirona e aposentada, e um hacker adolescente, Nacho ajuda a policia a desvendar crimes reais, junto com as pessoas sérias que participam do clube.

Por ser um poeta, Nacho é convidado para participar de um encontro poético, na mansão da senhora Agustina Pons. Antes de chegar no local, Nacho fica sabendo que o poeta Fábio Arjona fora assassinado com punhaladas no coração, no jardim da mansão que sediaria o encontro.

Como Nacho era o único que não se encontrava na mansão na hora do crime, foi isentado de qualquer suspeita. Para ajudar Agustina Pons, Nacho começa a utilizar de suas habilidades investigativas para descobrir o assassino. Mas Fábio Arjona não era tudo o que aparentava ser, e todos os 13 participantes do encontro tinha algo para acertar com ele.

Quem era o verdadeiro assassino, se todos pareciam culpados?

Fábio Arjona era um ser da pior espécie. Chantagista, plagiador, conquistador barato, crápula, egoísta, golpista, usava de sua lábia, charme e esperteza para copiar textos de outros poetas, e publicar como sendo dele. Se envolvia com mulheres separadas e que tivesse uma filha, ficava envolvido por um ano e depois às largava. Humilhou pessoas em público devido a opção sexual. Como podem ver, ele não era nenhum santo.

Quando começa a questionar os outros poetas, Nacho descobre vários podres de Fernando, e começa a ficar em dúvida em quem é o verdadeiro culpado. A vingança estava presente em todos os participantes. Como descobrir o assassino, se cada um tinha um motivo mais forte que o outro?

Mesmo sendo pessoas cultas e de prestigio, cada poeta demonstrou vícios e paixões, como ódio, vingança, vício em heroína. Cada um, de certa forma foi prejudicado por Fábio, por uma humilhação, plágio, traição. Nenhum deles demonstrou se importar pelo assassinato, eles estavam por assim dizer, tranqüilos, aliviados com a morte do poeta.

Com uma narrativa poética, a autora Ángela, nos transporta para os bastidores de um grupo de intelectuais, que sutilmente, vão se mostrando pessoas rancorosas, invejosas e perigosas, enraizadas em seus sofrimentos.

Conforme Nacho vai ouvindo a história de cada participante, e conhecendo os relatos de vários sujeiras de Fernando, vamos conhecendo um faceta mesquinha do ser humano. Um ser que se aproveita das fraquezas alheias para enriquecimento, para fama. Quantos “Fábio Arjona” encontramos por ai, somente na espera de fazer uma próxima vítima.

Com tantos motivos, fica muito difícil saber quem é o verdadeiro assassino.

Embarque também nessa narrativa deslumbrante, e ajude Nacho a descobrir o assassino de Fábio Arjona.

Boa leitura!