Resenha - Dezesseis Luas

Beautiful Creatures vol. 1

Margaret Stohl e Kami Garcia

Galera Record

485 páginas

Quando Lena chegou a Gatlin, eu só tinha certeza de uma coisa: ela não se parecia com ninguém daqui. Ela era a mais nova gata da escola, só que, infelizmente, morava com o tio, em Ravenwood — leia-se “o recluso da cidade” na “casa Mal-Assombrada”.

E ainda assim eu não conseguia desgrudar meus olhos dela. Eu tinha certeza que já havíamos nos encontrado antes, talvez nos sonhos. Sei que parece idiota, mas eu vinha sonhando com alguém há tempos, alguém que eu não conhecia, que precisava ser salva.

Antes de Lena eu estava contando os meses para deixar Gatlin. Agora era diferente: havia Lena. E uma atração entre nós que eu não conseguia explicar. Eu precisava conhecê-la melhor, mas, para isso, teria que enfrentar muita gente.

E ainda havia o segredo, um tipo de segredo que não ficaria oculto por muito tempo em um lugar como Gatlin e que pode mudar tudo a sua volta...

Será que Ethan vai conseguir se aproximar de Lena? E como criar uma amizade no meio desse caos? Eu disse amizade...? 

Quando comecei a ler Dezesseis Luas, não conhecia nada sobre a história. Quando digo nada, é nada mesmo: não li resenha, opiniões. Só conhecia a sinopse, e pelo título, imaginava um enredo da história. Basicamente, estava entrando às cegas na trama.

A história é narrada em um clima sombrio, ambientada em uma cidade do interior chamada Gatlin, onde cada morador conhece a vida de cada um. Tudo é previsível na cidade e pessoas novas não são bem recebidas, típico de cidade pequena do interior. Um controla a vida do outro e todos ficam sabendo o que acontecem com a sua vida. Você nasce e morre em Gatlin.

O livro é narrado por um garoto, Ethan Wate, que não se sente parte da cidade e quer de toda a forma ir embora. A vida de Ethan muda com a chegada de Lena, sobrinha do estranho Sr. Ravenwood, que nunca foi visto na cidade. Mas Ethan já conhece Lena, através dos sonhos nada comuns que ele tem.

Coisas estranhas começam a acontecer sempre que Lena está por perto: uma janela quebrada, mudança do clima. Qual é o verdadeiro mistério que acompanha a garota?

O clima da história é sombrio. Cada capítulo nos leva mais para o verdadeiro mistério do enredo e mesmo quando algumas coisas são respondidas, não é nem a pontinha do iceberg. Conhecemos o universo dos Conjuradores, que são semelhantes a bruxas. Nesse universo, não temos vampiros ou lobisomens, apenas seres dotados de poderes específicos, que podem ser da Luz ou das Trevas.

O romance do casal é genuíno, no começo é uma enorme amizade e demora um pouco para os dois se renderem aos sentimentos. E como é normal em toda a história, existe algo que os impedem de ficarem juntos. Eles são de “espécies” diferentes, e isso por si só já complica para o casal.

O interessante da história é que conhecemos os dois universos: o humano, normal e o perigoso misturado com a magia. Por um lado, Ethan e Lena precisam ir a escola enfrentar o preconceito bobo dos outros alunos que não aceitam a aluna nova. Por outro lado, Ethan quer ajudar Lena na escolha que precisa fazer quando chegar o aniversário de dezesseis anos da garota, que é quando ela saberá se irá para Luz ou para as Trevas.

Praticamente o casal não recebe nenhuma ajuda para conseguir desvendar os mistérios por trás do décimo sexto aniversário de Lena, o que para alguns pode tornar a narrativa um pouco lenta. Para mim ocorreu diferente: cada capítulo me deixava mais tensa, pois queria saber o que estava acontecendo, já que pouco era revelado.

Gostei da narrativa de Ethan, ele é um personagem calmo, centrado, e mesmo com todos os problemas acontecendo, ele consegue agir sem afobação, sendo um ponto de equilíbrio para Lena, já que o mundo está caindo na cabeça dela.

Ao chegar ao final da história, ficamos com muitas perguntas, e uma virada total no enredo, me deixando louca pela continuação. Eu quero Dezessete Luas!

Boa Leitura!