Resenha - O Resgate do Tigre

O resgate do tigre

Colleen Houck

Editora Arqueiro

430 páginas

Fé. Confiança. Desejo. Até onde você iria para libertar a pessoa amada?

Após abandonar seu grande amor na Índia, Kelsey Hayes volta para o Oregon e se esforça para juntar os pedaços de seu coração. Porém, por mais que tente levar uma vida normal ocupando seu tempo com a faculdade, novos amigos e pretendentes, seus pensamentos teimam em retornar para as selvas exuberantes, as cachoeiras cintilantes e os olhos azul cobalto de seu tigre.

Agora que ameaças terríveis obrigam Kelsey a encarar uma nova busca – dessa vez com Kishan, o irmão bad boy de Ren –, a dupla improvável começa a questionar seu destino. A vida de Ren está por um fio, assim como a verdade no coração de Kelsey. Presa a um turbilhão de provações, ela é arrancada daquele que ama e lançada nos braços de outro. Forçada a partir imediatamente numa segunda busca, Kelsey encontra o paraíso no Tibete e vive seu pior pesadelo ao retornar para a Índia.

Em O resgate do tigre, a aguardada sequência de A maldição do tigre, os três personagens dão mais um passo para quebrar a antiga profecia que os une. Com o dobro de ação, aventura e romance, este livro oferece a seus leitores uma experiência arrebatadora da primeira à última página.

Desde que li o livro A Maldição do Tigre, fiquei contando os dias para ler a continuação, mas quando esse dia chegou, eu não li... Sou uma pessoa que me apaixono fácil com uma história e sabia que ficaria com depressão pós-livro depois que terminasse “O resgate do tigre”, pensando que a continuação estaria tão tão tão distante. Não sei se você conhece a expressão “economizando livro”? Eu estava fazendo isso, deixando um pouco de lado, preparando-me psicologicamente para as emoções que sentiria durante a leitura. 

Se eu sou exagerada? Só um pouquinho (risos). Mas acredito que muitas pessoas já passaram pela mesma situação (risos).

Pode-se dizer que a história é dividida em três partes: a solidão e indecisão de Kells, a busca pelo próximo objeto e o resgate de Ren, e o que acontece após o resgate.A primeira parte deixará o leitor com aquele sorriso bobo no rosto, tudo isso por causa das “fofurices” do Ren com a Kells. Mas para o meu desespero, algo acontece, e Ren se sacrifica para que a Kellsey possa escapar em segurança. A segunda parte consiste na busca do próximo objeto para acabarem com a maldição e a procura pelo paradeiro de Ren.  Kellsey agora contará com a ajuda de Kishan, que está disposto a tudo para proteger a garota e assim se redimir do passado. 

Kishan foi o personagem que mais surpreendeu durante toda a narrativa, e acompanhei toda a sua transformação.  Eu imaginava que teríamos mais do seu lado bad boy, mas isso não acontece. Como esse segundo volume é focado no Kishan, conhecemos todos os tormentos sofridos por ele, assim como dúvidas, anseios, arrependimentos. Como percebemos no primeiro volume, Kishan também se apaixona por Kellsey e a respeita pela escolha de ficar com Ren, sendo amigo, companheiro, protetor em todos os momentos, sem deixar suas frases sarcásticas de lado. É lógico que não faltarão suspiros toda vez que o “tigrão” aparecer em cena (risos). E, como podem perceber, fiquei totalmente apaixonada por ele.

Um fato que gostei bastante na história é que existe um tempo entre um acontecimento e outro, nada é corrido e tudo acontece no momento certo. O que explica as atitudes e os sentimentos dos personagens (não vou entrar em muitos detalhes nessa parte, para não estragar a graça). Outro ponto que favorece a leitura é a Kellsey. Ela não é aquela típica mocinha frágil, que deixa todos tomando conta e decidindo tudo. Ela luta, vai em frente, não desiste se é ferida logo se levanta e parte para cima. É claro que ela tem alguns momentos de dúvida, medo, insegurança, mas com tudo o que acontece isso é totalmente explicável.

A autora continua surpreendendo com a narrativa, escrevendo um texto ágil, misturando ação, romance, suspense, vividos em ambientes maravilhosos. A autora explora a parte mística dos locais com ótimas explicações, sem deixar o leitor perdido ou entediado. O trabalhado da editora está ótimo, mantendo a capa do original do livro (que é linda), ainda não consegui me decidir qual é a melhor até agora.

Mas tudo o que é bom uma hora acaba, e por mais que eu tenha “economizado na leitura”, cheguei à última página sentindo uma incrível depressão pós-livro e já estou contando os dias para o próximo volume. Se a programação não mudar, o lançamento do terceiro será ainda esse ano.

Com tudo o que eu falei e toda a “tietagem”, vocês podem perceber o porquê da minha dúvida de ler o livro: eu já sabia que iria me apaixonar, sofrer, chorar, sorrir e extasiar durante a leitura. Eu tentei, mas não dá para não sentir saudade da história. 

Agora, só um chocolate e muita terapia literária para superar essa fase (risos).