Resenha - A Garota que Perseguiu a Lua

A garota que perseguiu a lua

Sarah Addison Allen

Editora Planeta

239 páginas

"Como você pode achar seu caminho? Seguindo as nuvens ou a lua?"

 Emily Benedict foi para Mullaby após a morte de sua mãe. Ao chegar à cidade e conhecer seu avô ela percebe que os mistérios do lugar nunca são resolvidos: eles são uma forma de vida. Existem quartos cujo papel de parede muda de acordo com o seu humor, luzes estranhas aparecem no quintal à noite e Julia Winterson, a vizinha, consegue cozinhar a esperança em forma de bolos. Emily percebe que sua mãe esteve envolvida no maior mistério da cidade, e conta com a ajuda de Julia para desvendá-lo. Em Mullaby nada é o que parece.

A garota que perseguiu  a lua escrito por Sarah Addison Allen é uma história deliciosa de se ler e com apenas esse livro, virei fã dos livros da autora. 

A escrita da autora é leve, fluida, prazerosa e viciante, você começa a ler e não quer parar. É aquele tipo de livro que você “economiza”, não quer que ele acabe nunca. Sarah conseguiu balancear romance, mistério e drama de forma primorosa e nada é em demasia, tudo é na medida certa. Cada personagem, cada detalhe é importante para compor a trama. 

A cidade descrita, Mullaby, é misteriosa, fatos estranhos acontecem, luzes noturnas, um gigante, pessoas com “dons” incomuns, papel de parede que se muda sozinho... é nessa atmosfera que somos apresentados a Julia e Emily.

Emily é uma jovem órfã que se mudou para a pequena cidade para morar com o avô. Conhece Win Coffey, um jovem lindo, educado, fofo e os dois se apaixonam. Mas esse romance não será fácil, pois existe um segredo na família Coffey e ele também está ligado ao passado da mãe de Emily. Mesmo com os empecilhos, os dois não deixam de se encontrar e vivenciar esse sentimento.

Julia é uma mulher que voltou após anos para a cidade de Mullaby, para o velório do pai. Devido a diversos acontecimentos do passado, Julia se afastou da cidade magoada e carregando um segredo. Ela tenta não se envolver com Sawyer, uma antiga paixão. O romance entre eles é belo, recheado de redenção e reconciliação.

Como falei, o livro tem um pouco de drama, mas nada que você se entristeça. A forma como a autora conduz a história, faz com que você fique com um constante sorriso nos lábios. Um exemplo disso é sobre Julia. Ela faz bolos, e o motivo para que ela se empenhe tanto em fazê-los e abrir sua confeitaria é tocante, triste e belo. 

O romance que acontece na história entre Emily e Win, Julia e Sawyer, é belo, recheado de momentos doces, tocantes e emocionantes. E a atmosfera de mistério da cidade contribui para deixar a história linda e maravilhosa.

Foi um livro que eu não queria que acabasse, e mesmo com as poucas páginas, é uma história completa, sem ser superficial, que traz uma profundidade de sentimentos e momentos de esperança. Não posso terminar a resenha sem dizer que fiquei apaixonada pela história, pela escrita, pelos personagens e lugar. Quando terminei o livro, fiquei com aquela vontade imensa de sair com ele abraçado, de tão feliz que fiquei durante a leitura.

Se ainda não leu nada da autora, pare tudo e corra para ler. Com certeza, você vai se apaixonar pela história também.

- Estou sempre com saudade de casa - ela disse sem olhar para ele. - Só não sei onde é minha casa. Há uma promessa de felicidade por aí. Eu sei disso. Até sinto às vezes. Mas é como perseguir a lua: bem na hora em que você a tem, ela some no horizonte. Eu fico triste e tento seguir em frente, mas depois o maldito troço volta na noite seguinte, me dando esperança de pegá-la novamente.