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Entrevista com Célia Xavier de Camargo

em sexta-feira, 30 de março de 2012
Olá, pessoal!

Hoje é o lançamento do livro É preciso recomeçar da escritora Célia Xavier de Camargo. Pensando no lançamento do livro, trago para vocês, uma entrevista que a Célia concedeu à editora Petit, onde vocês podem conhecer um pouco mais sobre a escritora. Confiram:

Célia Xavier de Camargo, a médium de Paixão de primavera

O livro Paixão de primavera foi psicografado por Célia Xavier de Camargo que, nesta entrevista, conta a história de sua vida, uma existência dividida entre a família, o trabalho profissional e a mediunidade. A médium revela seus primeiros contatos com os espíritos, sua experiência mediúnica e também explica como foi psicografar o livro do grande escritor russo. Sem esconder seu entusiasmo pelo Espiritismo, demonstra serenidade no exercício de suas tarefas mediúnicas, comprometimento que pretende levar adiante, não obstante as naturais dificuldades, entendendo tratar-se de uma valiosa oportunidade de crescimento espiritual.

Quem é Célia Xavier, por ela mesma?

Difícil definir. Sou uma pessoa simples, com defeitos e problemas como qualquer outra, convicta do ideal espírita, consciente da sua responsabilidade como ser espiritual em contínuo processo de aprendizado e evolução, buscando a transformação moral.

Relate suas primeiras experiências mediúnicas. Quando e em que circunstâncias aconteceram?

Desde criança sentia a presença dos espíritos. No entanto, foi em 1980 que tive a minha primeira experiência mediúnica. Era domingo. Após o almoço, Joaquim, meu marido, estava vendo um jogo de futebol pela televisão. Sentada a seu lado, ouvi alguém sussurrar em meu ouvido: Vamos escrever? Estranhei. — Agora?! Respondi mentalmente. E ele disse: Por que não? Está tudo tranqüilo. As crianças saíram e o Joaquim está vendo jogo! Fui para meu quarto e recebi minha primeira mensagem, assinada pelo Espírito Celso. Era curta, direta, e trazia o título: “Bendito sejas”.

Nessa época sua família entendeu sua condição de médium?

Sem dúvida. Minha família é espírita, e esses fenômenos são considerados naturais em nosso lar. Porém, foi uma surpresa. Muito boa por sinal.

Quando foi que conheceu o Espiritismo? Lembra-se de sua primeira visita a uma casa espírita?

Quando nasci meus pais já eram espíritas. As primeiras imagens que trago na lembrança de uma casa espírita são da cidade de Matão, no Estado de São Paulo, onde morávamos nessa época. Eu tinha quatro anos de idade e freqüentava as aulas de moral cristã no Centro Espírita Amantes da Pobreza, fundado por Cairbar Schutel. A sala era pequena, simples, despojada, com cadeiras de assento de palha e eu gostava muito de ir aos domingos pela manhã. Hoje, esse centro mantém mais ou menos as mesmas características daquela época e a presença de Cairbar Schutel ainda é muito forte.

Qual foi seu primeiro livro psicografado?

O primeiro livro que psicografei foi “Perdoa!...”, ditado pelo Espírito Jésus Gonçalves e publicado pela Casa Editora O Clarim, de Matão. É um romance, cujo drama enfoca o século VI, durante o reinado de Justiniano.

Depois dessa primeira experiência, em que bases o seu trabalho prosseguiu?

Tornei-me um pouco mais segura, não obstante sempre preocupada com a veracidade dos textos que recebia. Certamente, a reação favorável do público leitor me incentivou muito. Quando o primeiro livro foi publicado, já estava recebendo o segundo de Jésus Gonçalves: “Aves sem ninho”.

Como é realizado o trabalho de psicografia?

O trabalho de psicografia exige extremo cuidado, em virtude da delicadeza do processo, especialmente no meu caso. Comecei esse tipo de atividade na Sociedade Espírita Maria de Nazaré, em Rolândia, no Estado do Paraná, num grupo de reunião mediúnica. Não deu certo. A reunião mediúnica, pelas próprias características, exige o envolvimento de todos os seus componentes no auxílio aos comunicantes necessitados e eu senti que não podia me alhear ao grupo realizando uma atividade diferente, em benefício da harmonia geral.

Então, qual é a sua rotina para a psicografia?

Passei a psicografar, sozinha, no recinto da casa espírita, cercando-me de cuidados para que o ambiente fosse o mais equilibrado e elevado possível: fazia uma prece inicial, seguida da leitura de um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, e de uma mensagem, de Emmanuel ou de André Luiz, terminando essa etapa preparatória com nova prece. Só então, sentindo-me devidamente preparada, iniciava a tarefa de psicografia. Há muitos anos faço essa atividade mediúnica em meu lar, utilizando-me dos benefícios do computador, que facilita o meu trabalho e o dos espíritos. A preparação, no entanto, continua nos mesmos moldes. Dedico-me à psicografia nas terças e quintas-feiras, das 9 às 12h.

Durante seu trabalho de psicografia, algum espírito se manifesta na condição de dirigente ou mesmo de auxiliar ou supervisor dessa tarefa?

Interessante essa pergunta. Na verdade, sempre me preocupei com o fato de não ter alguém que se apresente como mentor, dirigente espiritual ou outro nome que se lhe dê. Às vezes me perguntam: Quem é seu guia? E eu respondo que não sei. E essa é a mais pura verdade. Nunca uma entidade se apresentou dizendo que iria supervisionar meu trabalho. Achava lindo o nosso querido Chico Xavier que tinha o Emmanuel, entidade que o assistia em todos os momentos e que, segundo palavras do próprio Chico, não o deixava sair da linha e até lhe fazia cobranças. Talvez eu não mereça esse tipo de ajuda. Não quero parecer ingrata, longe disso. Tenho contado sempre com valiosa assistência espiritual na travessia de provações, no trabalho na casa espírita, no exercício da mediunidade e nas demais áreas da minha existência. Todavia, percebo com mais clareza a presença do amigo espiritual que está trabalhando comigo naquela oportunidade. Jésus Gonçalves, querido companheiro espiritual, após ditar “Em busca da ilusão”, que era o terceiro livro de sua lavra, afastou-se e nunca mais soube dele. Tenho razões para acreditar que esteja reencarnado, embora muitas pessoas afirmem vê-lo e estar em contato com ele. Ultimamente, tenho percebido mais a presença de Leon Tolstói, de quem acabo de receber a quarta obra, “Paixão de primavera”.

Quando aconteceu seu primeiro contato espiritual com Leon Tolstói? O que sentiu diante da presença do grande escritor russo?

De Leon Tolstói eu lera “Anna Karenina”, “Ressurreição” e aquela que considero sua obra-prima, “Guerra e Paz”. Também li os livros psicografados pela excelente médium Yvonne A. Pereira, apreciando especialmente “Ressurreição e vida”. Sempre senti grande afinidade por ele ao ler seus livros. Meu primeiro contato espiritual com Leon Tolstói foi em 7 de setembro de 1992, quando ele escreveu uma mensagem por meu intermédio. Na ocasião, eu estava recebendo “Em busca da ilusão”, de Jésus Gonçalves, porém nesse dia não foi esse bondoso amigo que se apresentou para escrever, mas outra entidade diferente daquelas a quem eu estava habituada. Informou esse espírito que tinha recebido de Jésus a oportunidade de escrever por meu intermédio, algo relatando suas experiências, e submeteu à minha apreciação esse seu desejo. Era Leon Tolstói. Para tranqüilizar-me, pois eu estava bastante tensa, disse que não me inquietasse por saber que ele gostava de escrever sobre regionalismo russo, difícil para os que não estão afeitos a esse gênero. Afirmou ter descoberto no meu passado que eu já tivera uma existência em certa região da Rússia, o que facilitaria o trabalho. E, para mostrar-me que não seria difícil, nesse mesmo dia ditou o conto “O paralítico”, que se tornou o primeiro capítulo do livro “A eterna mensagem do monte”. Depois, Tolstói escreveu um romance, “Mansão dos lilases”, ambos publicados pela Casa Editora O Clarim.

Além da psicografia, quais são suas outras percepções mediúnicas?

Também sou médium de psicofonia. Praticamente todos os dias, exerço atividades na Sociedade Espírita Maria de Nazaré, na cidade de Rolândia, no Paraná.

Quais são seus livros de cabeceira?

“O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”. Gosto de ler Hermínio Miranda, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângelis, entre outros. Tenho sempre um romance, para espairecer.

Agradecemos se puder enviar uma mensagem aos leitores.

Estamos vivendo numa época muito especial. Grandes transformações ocorrem tanto a nível material, geológico, planetário, quanto espiritual. Esta existência é a maior e melhor oportunidade que já tivemos. O fato de sermos espíritas mostra o grau de responsabilidade que assumimos perante nós mesmos, perante o próximo e perante Deus. Urge aproveitar o tempo que nos foi concedido para fazer o máximo possível, transformando-nos moralmente e sendo agentes de mudança da sociedade em que vivemos, para ajudarmos na implantação de um mundo melhor. Assim, diante das dificuldades da existência, por piores que sejam, devemos lembrar sempre da recomendação de Jesus: “Buscai primeiramente o reino de Deus e sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo”.

O que acharam da entrevista? Eu adoro conhecer mais sobre os escritores!

O livro Paixão de Primavera já foi resenhado pelo blog e pode ser conferido acessando o link aqui. Confiram mais algumas informações sobre o livro É preciso recomeçar, que trata sobre um problema sério da sociedade: o alcoolismo. (Clicando na capa, você pode conferir um trecho do livro.)

Romance psicografado por Célia Xavier de Camargo, lançamento da Petit Editora – focaliza os bastidores espirituais da dependência alcoólica, o terrível obsessor, destruidor de lares.

É preciso recomeçar – romance do Espírito Eduardo, psicografado por Célia Xavier de Camargo, lançamento da Petit Editora –, relata os dramas causados às famílias pela bebida. Esse foi o caso de Laura e Afonso, unidos pelo amor, mas ameaçados pelo fantasma do alcoolismo. Laura, grávida, casou-se com Afonso, um jovem atleta.
Aplaudido e admirado, Afonso foi seduzido pela bebida. Atraído por Laura, evita beber em sua presença. Uma gravidez indesejada os conduz ao casamento. Os pais de Afonso, pessoas de posse, não entendem sua união com a filha de sitiantes. Incapaz de estudar – apenas os automóveis o interessam –, Afonso recebe do pai uma oficina mecânica e uma casa em bairro afastado.


Alcoolismo


Casado, Afonso empenha-se no trabalho, mas, com o passar do tempo, as dificuldades o levam a maltratar a família e entregar-se à bebida. As más companhias – dos dois lados da vida –, apertam o cerco ao seu redor. Mesmo assim, anos depois, Laura e Afonso são pais de três filhos. As crianças, convencidas de que as grosserias do pai são causadas pelo excesso de preocupações, o respeitam à distância. Afonso mergulha fundo no alcoolismo. Para garantir o sustento da família, Laura especializa-se no preparo de bombons, revendidos com a ajuda de uma amiga.
Um dia, Afonso é socorrido em estado grave. Num hospital público, Laura recebe – por intermédio do doutor Carlos – informações sobre a saúde fragilizada de seu marido. Laura aproxima-se, então, de Gertrudes, sua vizinha, freqüentadora de um centro espírita. Afonso, internado, provoca, inconscientemente, a própria desencarnação.
No mundo dos espíritos, arrependido, é socorrido.
Certa noite, surpresa, Laura encontra-se com o doutor Carlos – médico que atendeu Afonso –, no centro espírita que frequenta. Ele é viúvo, pai de dois filhos. Depois de três anos de convivência, eles se amam – mas Laura resiste ao casamento. Preocupada com a reação do ex-marido, suspeita que o desencarnado, ciumento, poderá prejudicar a família. Sequer imagina que um terrível obsessor encontra-se em sua casa, determinado a impedi-la de recomeçar...


 

8 comentários:

  1. Oi Carla!
    Muito legal a entrevista! Não sou espírita, mas me interesso pelo assunto. Nunca tinha visto uma entrevista com uma "autora" espírita, parabéns.

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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  2. Carlinha, eu ja imaginava ela como uma pessoa iluminada, mas fui lendo a entrevista e me surpreendendo com as qualidades e sensibilidades que Célia possui. O único livro que li dela foi mesmo Paixão de Primavera, mas bastou para que a autora ganhasse uma fã. Cada vez me identifico mais com o espiritismo.

    VANESSA - BALAIO

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  3. Oi Van!

    Também senti a mesma coisa. O único livro que eu li da Célia, foi Paixão de Primavera, e adorei a história \o/

    Com certeza, sou fã de carteirinha da escritora!

    Bjs

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  4. Oi Sora!

    Muito obrigado!

    Eu gosto de entrevistas pois você conhece mais sobre o escritor, é muito bom!

    Bjs

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  5. Olá Carla! :D
    Muita linda a entrevista, viu?! Foi interessante tudo que ela colocou, os livros que citou e indicou,...
    Adorei!
    Espero ter a oportunidade de ler Paixão de Primavera! s2

    :*
    Mi
    Inteiramente Diva

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  6. Eita blog chique de doer!!! kkk.

    Muito legal conhecermos um pouco mais da ecritora Carla!

    Assim é como se estivessimos mais perto do livro! kkk

    Faby - Adoro Romances de Aracaju

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  7. Oi Mirela!

    É linda a história! Se tiver a oportunidade, leia sim, você não vai se arrepender \o/

    Bjs!

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  8. Oi Faby!

    Eu adoro ler as entrevistas, só para conhecer mais sobre os escritores \o/

    Adoooorooo!

    Bjs

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