Resenha - Palavras Envenenadas

Palavras Envenenadas

Maite Carranza

Editora Novo Conceito

251 páginas

Às vezes, a verdade permanece oculta na escuridão e só aparece ao se abrir uma janela. O que aconteceu com Bárbara Molina? Seu corpo nunca foi encontrado e nunca conseguiram provas para deter nenhum culpado. Uma ligação, para um celular, coloca o destino de muitas pessoas de cabeça para baixo: um policial que está para se aposentar, uma mãe que perdeu a esperança de encontrar sua filha desaparecida, e uma garota que traiu sua melhor amiga. Palavras Envenenadas é a crônica de um dia que passa rapidamente, lutando contra o tempo e protagonizado por três pessoas próximas a Bárbara Molina, que desapareceu misteriosa e violentamente quando tinha 15 anos. Um enigma que, depois de 4 anos, sem ser resolvido, começa a ser desvendado com novas provas. Uma história de suspense e mentiras, segredos, enganos e falsas aparências que aponta alguns mitos inquestionáveis.

 Palavras Envenenadas foi um livro intenso, forte, me levou para um lado escuro da realidade que me deixou com um nó na garganta, fiquei indignada imaginando quantos casos como esse tem pelo mundo afora.

A história é contada por quatro pontos de vista: Bárbara Molina, sua amiga Eva Carrasco, a mãe Núria Solís e o investigador do caso prestes a se aposentar Salvador Lozano.

Somos apresentados aos pensamentos de Bárbara que está numa prisão há quatro anos. A narrativa beira ao desespero, a dor, sofrimento. Bárbara não tem mais nenhuma esperança de sair um dia viva de seu cativeiro, seu maior sonho é poder ver o sol novamente.

Lozano, o policial encarregado do caso, está se aposentando, e se ressente por não ter resolvido este caso misterioso.

Eva, a melhor amiga de Bárbara, se culpa pelo desaparecimento da amiga. Sente que involuntariamente colaborou com o sumiço da amiga.

Núria, a mãe, tornou-se submissa ao marido, sendo uma pessoa que respira porque alguém mandou que respirasse, não sabe tomar mais nenhuma decisão. Vive a base de calmantes, e se culpa por não ter protegido a filha.

A história inteira se passa em apenas um dia, e cada capítulo é de um desses quatro personagens, que contam o que aconteceu no dia do desaparecimento de Bárbara.

Aos poucos somos apresentados ao passado de Bárbara, todos os seus segredos, medos, conflitos e revoltas. A história se intensifica de tal forma que você não consegue parar de ler até chegar à última página.

Não é um romance, não é uma aventura, não é uma fantasia. É uma história sobre mentiras, segredos, falsas aparências, uma realidade nua e crua que acontece em muitas famílias, que destrói as pessoas envolvidas. Descobrimos a força das palavras, o quanto ela pode influenciar, e constatamos uma dura verdade: nem toda pessoa é aquilo que aparenta ser.

Boa leitura!